Por Celina Silveira
Com aumento na produção de resíduos sólidos durante a pandemia, engenheiro ambiental alerta para riscos ao meio ambiente
A quantidade de resíduos coletados anualmente cresceu na última década e passou de 59 milhões de toneladas, em 2010, para 79 milhões de toneladas. Aumento de quase 24% em dez anos. Os dados são da Abrelpe (Associação de Empresas Brasileiras de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).
Em junho de 2020, segundo a Associação, houve aumento de 20% no descarte dos resíduos hospitalares. A causa do aumento foi a pandemia de coronavírus que impulsionou a produção dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como aventais, luvas e máscaras descartáveis.
A Rádio Brasil conversou com o diretor e professor da Faculdade de Engenharia Ambiental da PUC-Campinas, Rodrigo Custódio Urban, para entender os impactos que o aumento dos resíduos hospitalares podem ter no meio ambiente.
Segundo Rodrigo Urban, o aumento da produção dos resíduos, além de causar impactos indiretos ao meio ambiente, como gastos com energia elétrica, podem causar danos ao solo, à água e à saúde da população.
O professor aponta que, apesar do aumento na produção de resíduos observados em hospitais durante a pandemia, o mesmo não aconteceu nos domicílios. No entanto, a suspensão da coleta seletiva em algumas cidades, como aconteceu em Campinas, reduziu a economia de energia e água que teria acontecido se os materiais fossem reciclados.
Para a gestão dos resíduos domésticos, o professor Rodrigo Urban aponta que é preciso investimento em educação ambiental, para reduzir a geração e aumentar a reutilização e reciclagem de materiais.
Quanto aos resíduos dos serviços de saúde, o professor afirma que são necessários incentivos para o tratamento integral para controlar os riscos de propagação de doenças e os impactos ao meio ambiente.