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15 de fevereiro de 2024

Falta de profissionais precariza atendimento em DDMs de Campinas

Defasagem no número de servidoras enfraquece proteção às vítimas de violência

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Dados do Sisnov (Sistema de Notificação de Violência em Campinas), mostram que os casos de agressão contra a mulher crescem de forma substancial há pelo menos três anos na metrópole.

Os números consolidados pelo sistema de cinco grupos de faixas etárias, entre 18 e 59 anos, mostram confirmam e sinalizam tendência de aumento em todos eles, com destaque para o segmento entre 30 e 39 anos de idade.

De acordo com o boletim anual de 2023 do Sisnov, a principal forma de violência foi a física, que correspondeu a pouco mais de 46% das notificações.

Na sequência aparecem as tentativas de suicídio, com 27,5% dos casos.

O avanço dos números acontece de forma paralela ao debate sobre como ampliar a estrutura de proteção à mulher.

No ano passado, uma denúncia anônima encaminhada ao gabinete da vereadora de Campinas, Mariana Conti (PSOL), apontava a precarização e sobrecarga de servidoras na 1ª DDM de Campinas.

De acordo com a queixa, a unidade era responsável por atender mais da metade da demanda em Campinas, cidade com mais de 570 mil mulheres, mas apenas três escrivães dedicados a essas unidades.

A vereadora Mariana Conti afirma que o problema é antigo e expõe a fragilidade da estrutura oferecida pelo estado de São Paulo para a proteção à mulher.

A realidade da falta de profissionais para atender as mulheres é confirmada pela presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Jacqueline Valadares.

À reportagem da Rádio Brasil, Jacqueline alerta que a falta é generalizada em todo o estado, e que afeta diversas frentes de ajuda às vítimas.

Em busca de respostas, nós procuramos o Governo do Estado. A chefe das Delegacias de Defesa da Mulher, Maria Helena Taranto Joia, reconhece a falta de profissionais nas DDMs, mas nega que as unidades tenham sofrido um corte orçamentário.

Ainda de acordo com Maria Helena Joia, outro concurso público estadual, com 100 vagas para escrivães e 150 para investigadores está em andamento deve avançar para a fase de exames orais já no mês de março.

Além das delegacias, a denúncia e pedido de ajuda em casos de violência contra a mulher podem ser feitas pelo aplicativo “SOS Mulher”, para celulares iOS e Android, ou pelo telefone 180.

 

Fotografia: Reprodução / Governo de São Paulo


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