A sequência de projetos anunciados pelo Palácio dos Bandeirantes para desestatizar serviços estaduais ou para viabilizar parcerias público-privadas, é acompanhada de perto pelos movimentos sindicais.
Um deles, o dos trabalhadores da segurança penitenciária, que compõem, entre muitos órgãos, a Fundação Casa, principal entidade de execução de medidas socioeducativas entre os detentos do regime fechado em São Paulo.
Segundo o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, o Sinase, o sistema prisional paulista dispõe de aproximadamente seis mil funcionários voltados ao trabalho de reabilitar jovens infratores.
Apesar de não ter sido formalmente apresentada em nenhum projeto de lei, a concessão da Fundação Casa foi sinalizada diversas vezes pelo atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e gera apreensão entre os trabalhadores do grupo.
Para o líder sindical Neemias Souza, a privatização ameaça uma das principais características da Fundação Casa: o trabalho humanizado e particularizado.
Souza afirma que a pauta privatização já tentou ser implementada em outras oportunidades, e resultou em fracasso.
Ele destaca que a formação de lideranças capazes de atuar dentro do sistema prisional é um processo longo.
Nós pedimos uma posição do Governo de São Paulo sobre o assunto, mas até o fechamento desta reportagem não recebemos nenhum comentário. O espaço segue aberto para manifestação.
Fotografia: Rovena Rosa / Agência Brasil
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