O reaparecimento de dois sorotipos da dengue pode voltar a causar cenários preocupantes da doença para o sistema de Saúde de Campinas em 2024.
A previsão é das autoridades em Saúde, que convocaram a imprensa na manhã desta terça-feira, 19, para uma apresentação sobre o panorama epidemiológico da metrópole.
Hoje, Campinas já vive a sexta maior epidemia desde o início da série histórica da rede municipal, há 25 anos.
Segundo balanço parcial até o dia 18 são ao menos 10.293 casos confirmados, com três mortes, e outras 846 suspeitas. A região da cidade com mais casos atualmente é a Noroeste.
De acordo com o DEVISA, Departamento de Vigilância em Saúde, a epidemia deste ano é potencializada por alguns fatores, como as altas temperaturas e as chuvas; a posição geográfica de Campinas como entroncamento rodoviário e aeroviário; a densidade populacional da Região Metropolitana.
Mas dois inimigos silenciosos se destacam: os sorotipos 3 e 4 da dengue, que não circulavam há 9 e há 14 anos em Campinas, mas que têm registros recentes em outras cidades brasileiras.
Para tentar impedir um colapso na rede de atendimento, a Prefeitura anunciou o reforço nas operações do Plano Municipal de Enfrentamento e Contingência às Arboviroses.
As ações passam a estar concentradas na rede de assistência, tanto pública como privada, treinada a identificar os sintomas característicos, desde os graus mais leves, como a febre; e no reforço da rede de testagem e diagnóstico.
A compra de insumos também está no radar, e já inclui reforços nas estruturas dos hospitais que integram a Rede Mário Gatti de Urgência e Emergência, em Campinas.
Em razão da alta demanda, a cidade também enfrenta gargalos na compra de produtos para testagem, como também explicou a diretora do Devisa, Andrea Von Zuben.
O secretário municipal de Saúde, Lair Zambon, fez um apelo para que a população também se sensibilize sobre o impacto das ações individuais para combater os criadouros do mosquito.
O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos) também destacou que a maior parte dos criadouros está dentro das casas, e apelou para que a população assuma sua responsabilidade em fiscalizar os estados dos imóveis, principalmente autorizando a entrada dos agentes nos imóveis.
No último final de semana, quase metade dos imóveis visitados pelos agentes em um mutirão no Jardim Eulina, tiveram a recusa de acesso. O maior índice em 4 anos.
Segundo as autoridades sanitárias, uma outra doença que está no alerta das autoridades é a chikungunya, que teve casos confirmados em Barretos, no noroeste do estado.
Além das ações integradas anunciadas na linha de frente, Campinas também anunciou a criação de uma Sala de Situação para acompanhamento do risco de epidemia.
Um portal integrado, no site da Prefeitura, também fornece informações sobre as ações de prevenção, identificação de sintomas e demais orientações para a população.
O endereço é o portal.campinas.sp.gov.br/arboviroses.
Fotografia: Marcelo Camgargo / Agência Brasil
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