Esta aí é a Sônia. Feliz da vida, ela nos recebe em sua nova casa, uma das moradias da “Vila Sal”, na Rua Saldanha Marinho, no Centro de Campinas.
Prestes a completar cem anos, um edifício histórico no centro de Campinas é adquirido, restaurado, e se torna moradia para quatro famílias de baixa renda.
Esta é a curta história da Vila Sal, o primeiro projeto do “Fundo Haja”, uma associação sem fins lucrativos que nasceu em 2022 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas.
Com a união de 50 arquitetos e financiadores independentes, o Fundo Haja se debruça sobre o problema da falta de moradia digna nas cidades. Porém, especialmente sobre um recorte específico: o dos imóveis vagos.
Dados do Censo 2022 indicam que Campinas tinha, naquele ano mais de 54 mil habitações sem ocupação. Em todo o país, o número chegava a 12 milhões. Na comparação com o Censo anterior, de 2010, um salto de 87%.
Sócia-fundadora do Fundo Haja, a professora de arquitetura Vanessa Bello chama a atenção para o grave problema da desigualdade no acesso à moradia digna no Brasil: de um lado, o grande déficit habitacional; de outro, o grande número de espaços ociosos.
A professora faz uma crítica às políticas públicas em habitação, que se dedicam, quase que exclusivamente, aos imóveis novos, sem valorizar as moradias mais antigas, também disponíveis nas periferias das cidades.
Como uma associação filantrópica, o Fundo Haja possui diversas canais de colaboração ao projeto, sendo possível ser um cidadão ou empresa voluntária; e também colaborar monetariamente como um financiador das obras.
Todas as condições, regulamentos e orientações podem ser conferidas no www.fundohaja.org.
Fotografia: Reprodução / Fundo Haja
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