Ao menos 130 vagas exclusivas para indígenas brasileiros que estudaram em escolas públicas, vão ser oferecidas na edição 2024 do Vestibular Indígena da Unicamp.
O processo, que vai abrir suas inscrições em novembro, confirma tradição iniciada há cinco anos, com o primeiro processo seletivo, exclusivo para esse grupo, realizado no Brasil.
Cinco anos depois, os indígenas somam 420 estudantes ativos, de 40 povos diferentes, frequentando diariamente a Unicamp.
Para o presidente da União Populacional dos Povos Indígenas, Arlindo Baré, a criação de um caminho exclusivo para o ingresso de povos originários é importante para corrigir a marginalização histórica das comunidades nativas.
E a presença dos povos indígenas na universidade já influencia nos dados demográficos em Campinas.
Atualmente, de acordo com o Censo 2022 do IBGE, eles são 1.569 residindo na metrópole; número 50% maior, na comparação com a pesquisa anterior, realizada há 12 anos.
Na avaliação de Arlindo Baré, o número certamente é ainda maior, em razão do temor que ainda existe da autodeclaração como indígena.
Integrante do povo indígena Kariri Xocó, Hana da Cruz, destaca que a presença dos povos originários dentro da universidade, também é a luta pela sobrevivência da sua cultura.
No último dia 9, lideranças indígenas locais e autoridades de Campinas assinaram a Carta “Aliança entre Nós”.
O documento promete ser considerado um primeiro passo na formulação de um Plano Municipal de Apoio ao Indígena em Contexto Urbano, com o objetivo de valorizar a importância social e econômica dos povos indígenas.
Reportagem: Kevin Kamada | Fotografia: Kevin Kamada
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