Pelo som, você já pode entender que estamos à beira de um rio. O mais campineiro de todos: o Atibaia.
É ao som dos bem-te-vis, dos paturis e até de alguns dourados que pulam para provar que existe vida sim debaixo d’água, um homem arruma algumas canoas antes da próxima entrar na água.
Seu nome é Marcelo Moraes. Ele trabalha como servidor público na Emdec há 17 anos, mas toda semana dedica algumas horas a limpar um pouco do manancial que abastece 85% da população da cidade.
O “Careca do Rio” é um dos integrantes da Associação Rios Limpos, que reúne canoístas e voluntários da região para instalar barreiras físicas que represam o lixo que corre pelas águas do Atibaia, e depois limpá-las.
Marcelo conta que, apesar das toneladas de resíduos retiradas semanalmente do rio, a maior parte do lixo não vem do descarte direto no local…
Hoje, a Associação Rios Limpos mantém três barreiras. Do região do Ribeirão Pinheiros, em Valinhos, às Três Pontes, perto de Pedreira. E o objetivo é aumentar a estrutura.
Moraes também conta que o custo das barreiras não é acessível, e demanda investimento, que muitas vezes sai do próprio bolso.
Apesar do trabalho que muitas vezes é feito por uma pequena equipe, Marcelo diz acreditar que a ação pela conservação do Atibaia ajude a causar uma mudança de olhar sobre o papel do rio para Campinas.
Recentemente, a Associação Rios Limpos firmou parceria com uma escola particular de Campinas para a confecção de barreiras artesanais, com o uso de plásticos descartados para a reciclagem e redes de pesca.
A organização não governamental aceita a colaboração de voluntários. Os contatos podem ser feitos pelo perfil no Instagram, @rioslimpos.ong .
Fotografia: Laura Saroa
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