O Consórcio PCJ promoveu na última quinta-feira, 26, uma plenária para discutir as perspectivas de uma nova crise hídrica no estado de São Paulo no ano que vem.
O encontro reuniu, em Americana, diretores das autarquias de abastecimento de água dos 41 municípios atendidos pelas Bacias.
Eles acompanharam a apresentação do professor titular da área de Hidrologia e Gestão de Recursos Hídricos da Unicamp, Antônio Carlos Zuffo, que foi convidado pelo Consórcio para falar sobre o comportamento histórico do clima na região.
Zuffo conversou com a reportagem da Rádio Brasil, e explicou que grandes alterações nos padrões climáticos são observadas em ciclos que variam de 20 a 30 anos. A atual fase, com estiagens mais acentuadas, teve início em 2013.
Segundo o docente, historicamente as crises hídricas no estado de São Paulo ocorrem a cada ciclo de aproximadamente 11 anos, o que sugere a repetição de um novo cenário de estiagem agravada em 2025.
Zuffo defende cautela em associar as estiagens do atual ciclo às mudanças climáticas. O professor explica que são necessários dados de mais longo prazo para constatar que o clima de fato está sendo alterado.
Para o secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, a reunião e as informações apresentadas permitem que as autarquias tenham mais previsibilidade para tomar medidas que evitem novos colapsos de abastecimento.
Lahóz diz estar otimista que os municípios associados ao Consórcio vêm fazendo o dever de casa com medidas técnicas para garantir a oferta de água, a partir das lições aprendidas com a crise hídrica de 2013.
Nas Bacias PCJ, as vazões dos rios estão 36% abaixo do normal para essa época do ano. Segundo os meteorologistas, parte do atual cenário de estiagem também é explicada pela transição entre o El Niño e La Niña.
Os fenômenos climáticos, que alteram a temperatura das águas do Oceano Pacífico, impactam diretamente no regime de chuvas no Brasil.
Fotografia: Divulgação / Consórcio PCJ
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