Em Campinas, o modelo já corresponde a aproximadamente 25% dos ambientes gastronônicos dos restaurantes da metrópole

Desde o início da pandemia, um tipo de cozinha diferente tem se tornado cada vez mais presente nas grandes cidades.

As dark kitchens, ou “cozinhas fantasmas”, são imóveis alugados exclusivamente para abrigar cozinhas que preparam alimentos exclusivos para a entrega a domicílio.

Os locais não fazem atendimento ao público, e servem de base de apoio para a retirada das encomendas pelos entregadores, que levam os produtos comprados até os seus clientes.

Um levantamento recente financiado pela Fapesp e em parceria com a Unicamp, mostra que o número de cozinhas fantasma em Campinas já corresponde a 24,4% das cozinhas de restaurantes na cidade.

Uma outra pesquisa, de alcance nacional, é conduzida por pesquisadores do Sopas, o grupo de pesquisa Sociologia das Práticas Alimentares, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O sociólogo Maycon Schubert, comenta que o consumo fora de casa é uma tendência construída a partir da pandemia.

Maycon Schubert destaca que o comer fora de casa revela importantes pistas sobre a desigualdade social no Brasil.

Ainda segundo o pesquisador, as cozinhas-fantasma também refletem a transformação social das rotinas das famílias brasileiras, e dão pistas sobre as ações sociais imprescindíveis para diminuir as desigualdades.

Apesar de ser um mercado em franca expansão, as cozinhas-fantasma ainda são lentamente regulamentadas pelo país.

Em maio, a cidade de São Paulo se tornou a primeira no país a regulamentar uma legislação para questões como barulho, emissão de fuligem e odores.

O prazo legal foi de 90 dias mas, recentemente, o prefeito paulistano, Ricardo Nunes (MDB), sancionou a possibilidade de prorrogação por mais 90 dias.

Reportagem: Kevin Kamada | Fotografia: Divulgação

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