O decreto do Governo de São Paulo que impôs o Estado de Emergência para a situação da epidemia de dengue nesta terça-feira, 5, acende um alerta sobre as medidas para o controle de endemias… ou até mesmo a falta delas.
Pelo segundo ano consecutivo, a doença provocada pela picada do mosquito Aedes aegypti gera preocupação sobre o seu crescimento descontrolado e a possível pressão que ela pode provocar nos hospitais.
Fábio Alves, médico sanitarista e professor do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, questiona, por exemplo, as estratégias focadas na resposta e não no planejamento ao longo dos anos.
Alves critica, por exemplo, a extinção da Sucen (Superintendência para o Controle de Endemias).
O órgão compunha a estrutura de enfrentamento a epidemias na Vigilância Epidemiológica Estadual, e foi extinta por decreto do Governo do Estado, em 2022.
Na opinião da diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) de Campinas, Andrea Von Zuben, a extinção da Sucen não chegou a afetar diretamente a metrópole.
No entanto, Andrea ressalta que os impactos certamente foram percebidos por municípios menores.
Segundo o Painel Estadual de monitoramento, são pouco mais de 132 mil casos confirmados de dengue desde o começo do ano no estado de São Paulo, com ao menos 169 pessoas internadas em estado grave.
Além de São Paulo, a dengue também motivou a decretação do estado de emergência em outros sete estados e no Distrito Federal.
O decreto de emergência autoriza que o estado possa comprar mais equipamentos e realizar novas contratações, com regras mais flexíveis de gastos, para minimizar os efeitos da epidemia.
Fotografia: Fernando Frazão / Agência Brasil
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