O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou celeridade, por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para a aprovação de novos medicamentos no Brasil.
A declaração foi dada durante a entrega da nova planta de produção de uma indústria farmacêutica em Hortolândia, na última sexta-feira, 23.
O presidente questionou a falta de sensibilidade dos diretores da agência reguladora. A declaração do presidente Lula foi rebatida pelo diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.
Em uma rede social, o chefe da agência afirmou que a fala de Lula agride e enfraquece o papel da Anvisa no cenário internacional.
Barra Torres alegou que a lentidão na avaliação de pedidos de registros é causada pela falta de funcionários, e que o problema já foi repassado a outros setores do Governo Federal anteriormente.
As instalações inauguradas pelo presidente na sexta-feira passada deram o ponta-pé no primeiro polo brasileiro de fabricação de medicamentos para diabetes e obesidade.
O local será especializado em um tipo de molécula química chamada de Polipetídeo Sintético, uma das tecnologias mais modernas para a produção de medicamentos.
Uma das suas vantagens é a de causar menos efeitos colaterais para os pacientes. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou que a nova fábrica amplia a independência do Brasil em relação às indústrias de outros países.
A fábrica de polipeptídeos sintéticos de Hortolândia recebeu investimentos de R$ 70 milhões, por meio do Programa de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo do Ministério da Saúde. Parte dos recursos foi alocada a partir do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia.
O presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, diz que é papel do Estado estimular o risco de investimento na ciência e movimentar o setor. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que investimentos como o realizado em Hortolândia, dão previsibilidade para o avanço da indústria farmacêutica no Brasil.
A fábrica de Hortolândia se insere em um movimento que já contemplou outras 10 indústrias de medicamentos no Brasil, dentro do que o governo classifica como reativação de um Complexo Econômico-Industrial em Saúde.
Fotografia: Kevin Kamada
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