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13 de outubro de 2023

Moradores do Jardim Campo Belo apontam falta de diálogo sobre obras na Miguel Melhado

Departamento de Estradas de Rodagem afirma que tem realizado reuniões abertas ao público para os esclarecimentos

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Dois meses depois, o jornalismo da Rádio Brasil voltou à região do Jardim Campo Belo, em Campinas, para acompanhar a situação dos moradores afetados pelas obras de duplicação da Rodovia Miguel Melhado Campos, a “Vinhedo-Viracopos”.

Estivemos lá na última quinta-feira, 5, para checar os desdobramentos em um dos pontos mais críticos das obras: o do cruzamento com a SP-73, a Rodovia Lix da Cunha, mais conhecida como a Estrada Velha de Indaiatuba.

A duplicação deve ocupar uma faixa de 25 metros de largura, em cada sentido da estrada, e que já começaram a causar alterações para acomodar as duas faixas de rolamento.

Outros 16 metros também foram requeridos pela Prefeitura de Campinas, por meio da Cohab, para serviços de regularização de imóveis.

O embate pelos 40 metros de terreno, de cada lado da rodovia, tem se acirrado nas últimas semanas, ao mesmo tempo em que as retroescavadeiras avançam para alargar as pistas.

Proprietário de uma madeireira, seu Manoel aponta que as obras já espantaram os clientes, que têm dificuldade de acessar o estabelecimento, que já sofre com uma queda de faturamento de  cerca de 90%.

Quem também reclama é a dona Odete Oliveira, proprietária de uma floricultura. 

Para ela, o isolamento deve se agravar com o soerguimento da pista para uma altura de seis metros, que deve isolar os dois lados do Jardim Campo Belo, e limitar a área de tráfego e estacionamento em frente à sua loja.

Já o líder comunitário e comerciante Zezinho Campituba, questiona a falta de clareza do projeto, e afirma que os moradores lutam pelo direito de continuar a morar no local.

Quem também reclama dos transtornos e conversou com a nossa reportagem foi a educadora Maria Almeida, que mora em um sobrado com a família há várias décadas, às margens da rodovia.

Segundo ela, as obras avançam sem oportunidade de negociação.

Nós procuramos o DER, Departamento de Estradas de Rodagem, para repercutir a posição sobre os questionamentos levantados pelos moradores.

O órgão nos enviou uma nota, em que afirma ter realizado uma reunião aberta ao público para esclarecimentos. 

O encontro aconteceu em 31 de agosto, no auditório do DER, com a presença do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Cetesb, de representantes da construtora da obra, da Cohab e da Emdec.

Segundo o DER, as intervenções acontecem dentro da área de domínio do Departamento, e que não cabe desapropriação de imóvel dentro dessa faixa, já que os imóveis teriam invadido uma área irregular, que pertence ao Estado de São Paulo.

Também procuramos a Cohab Campinas, para tentar um posicionamento sobre a proposta de oferta de um auxílio-moradia de R$ 600 para as famílias afetadas.

O caso foi encaminhado à Prefeitura de Campinas, que se manifestou por meio de uma nota da Assessoria de Imprensa.

A Administração municipal diz que, ao oferecer o benefício, a Prefeitura age, de forma solidária, com os moradores que precisam desocupar a área.

Segundo a Prefeitura, o auxílio pode ser requisitado por todas as famílias que se enquadrarem nos critérios da lei.

Também procuramos a Cohab Campinas para tentar um posicionamento, já que os moradores questionam o valor de R$ 600 oferecido às famílias afetadas.

A Cohab encaminhou o contato para a Secretaria Municipal de Habitação, responsável pelo Auxílio Moradia.

 

Fotografia: Divulgação / Alesp


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Kevin Kamada

Kevin Kamada

Jornalista

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