O Ministério Público de São Paulo apresentou mais uma ação civil pública contra a Prefeitura de Campinas, desta vez nas investigações sobre a queda de um eucalipto na Lagoa do Taquaral.

O caso aconteceu em janeiro de 2023 e tirou a vida da menina Isabela Fermino, de 7 anos de idade, depois de ser atingida pelo tronco da planta, que tombou perto de uma área de convívio próxima aos pedalinhos.

Em nova decisão assinada pelo 12º Promotor de Justiça de Campinas, José Fernando de Souza, o MP agora estipula o pagamento de uma indenização de R$ 2 milhões em danos morais coletivos, além da elaboração de um inventário detalhado das árvores no espaço.

A promotoria também cobra a adoção de medidas focadas na preservação da integridade física dos usuários da Lagoa, considerando as funcionalidades cultural, ambiental e de eventos da Lagoa.

Para o engenheiro florestal José Hamilton de Aguirre Júnior, a nova decisão foi positiva, por apontar falhas técnicas que evidenciam a necessidade de reestruturação do setor responsável pelo manejo florestal na cidade.

O especialista alerta que é preciso aumentar a sensibilização sobre a importância das árvores, sobretudo no contexto das mudanças climáticas.

Em nota, a Secretaria Municipal de Serviços Públicos afirma que o manejo das árvores da Lagoa foi baseado em laudos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas e do Instituto Biológico.

As investigações identificaram que o eucalipto que caiu em janeiro estava sadio, sem qualquer comprometimento, como doenças ou pragas, que pudessem causar a queda.

Ainda segundo a Secretaria, os laudos demonstraram se tratar de um acidente causado pelo excesso de chuvas e ventos.

A pasta também afirma que o inventário das árvores da Lagoa já foi concluído, e que a Prefeitura optou pela substituição das árvores exóticas que cresciam no local, por mudas de espécies nativas.

O plantio de cerca de 43 mil exemplares já foi feito em bairros como Chapadão, Taquaral, Chácaras Primavera e Bonfim.

A Prefeitura de Campinas diz estar à disposição do Ministério Público e da Justiça, e reafirma confiança de que sua defesa vai atestar a lisura da Administração municipal no caso.

Fotografia: Carlos Bassan / PMC

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