Como é a sua relação com os sons do seu ambiente de trabalho?
Os ruídos que atravessam a concentração dos trabalhadores em ambientes fechados entram, cada vez mais, na lista de itens mínimos para a saúde mental corporativa.
Um estudo publicado em fevereiro, na revista científica Nature Digital Medicine, avaliou o desempenho de 231 funcionários de uma agência federal dos Estados Unidos.
Para isso, os pesquisadores testaram a exposição deles a diferentes níveis de barulho, e rastrearam os índices de relaxamento e estresse a partir dos batimentos cardíacos.
A partir de modelos matemáticos, o resultado projetou que o índice ideal de ruído dentro de um escritório seria de 50 decibéis, algo como o barulho de uma chuva de média intensidade.
Do contrário, quando o ruído é incômodo no trabalho, estudos também apontam a associação do barulho com quedas drásticas de produtividade, e até mesmo o surgimento de doenças mais graves como depressão e burnout.
Para tentar contornar esse tipo de situação, alguns departamentos de Recursos Humanos têm apostado em uma nova técnica: o treinamento de “consciência sonora”, como nos explica o músico e terapeuta especializado neste método, Wesley Lima.
Lima defende que as empresas podem estimular boas práticas, como a conscientização sobre os ruídos e a oferta de espaços de descompressão e relaxamento.
O especialista também aponta que medidas individuais, como o uso de dispositivos para abafar esses barulhos, ajudam a criar uma relação mais saudável com ambientes de barulho.
A Síndrome de Burnout é reconhecida como fenômeno ocupacional, segundo a Classificação Internacional de Doenças.
Em 2022, o diagnóstico de esgotamento mental por causas profissionais entrou para a lista de doenças do trabalho, da Organização Mundial de Saúde.
Fotografia: Marcelo Camargo / Agência Brasil
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