Dados do mais recente censo da população em situação de rua em Campinas, realizado em 2021, mostra que ao menos 931 pessoas compunham o grupo na metrópole naquele ano. Desse total, 70% é proveniente de outras cidades.
Agora, uma força-tarefa entre a Prefeitura e o Ministério Público vai responsabilizar prefeituras que enviarem pessoas, sem justificativa para a cidade.
A chamada “Operação Retorno” foi apresentada à imprensa na última segunda-feira, dia 6 de maio, e vai atuar de forma complementar ao programa municipal “Recâmbio”, que apoia pessoas a retornarem aos seus círculos sociais de origem.
Liderada pela Secretaria Municipal de Assistência Social, a iniciativa mapeou que ao menos oito cidades do interior de São Paulo e de Minas Gerais adotaram ações de transbordo de pessoas para Campinas.
Gesto que, além de desumanitário, pode resultar em responsabilização criminal, como explica o secretário municipal de Justiça, Peter Panutto.
O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), ressaltou que o novo projeto vai intensificar a rede de apoio à vulnerabilidade da população em situação de rua, já composta por ao menos 17 programas sociais.
Ainda assim, Dário Saadi diz ser necessário rever a repartição de recursos do SUAS (Sistema Único de Assistência Social), responsável por distribuir as verbas que ajudam a atender a população em vulnerabilidade social em todo o país.
De acordo com a Prefeitura, 27% da população em situação de rua provém de cidades do interior paulista. Na sequência aparecem municípios de Minas Gerais, 10% do total; Bahia, com 8% e os estados do Ceará e do Paraná, com 7% cada.
A Operação Retorno vai contar com o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, no enfrentamento ao tráfico de drogas e ao desafio de reduzir a dependência química entre as pessoas mais vulneráveis.
Fotografia: Rogério Capela / Prefeitura de Campinas
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