Qual foi a última vez que você ouviu falar em inteligência artificial?
Essa tecnologia, que não é exatamente nova, definitivamente está ganhando a atenção do mundo.
Criar uma inteligência artificial é como treinar uma máquina para reproduzir, de forma automatizada, determinadas ações e comportamentos.
Algumas versões mais modernas até são capazes de criar comportamento autônomo, a partir da primeira configuração. É como se fosse um ser humano pensando sozinho!
Mas, como foi que chegamos até essa tecnologia?
As mulheres assinam algumas das mais importantes descobertas e avanços da tecnologia computacional.
Ainda no século 19, a matemática britânica Ada Lovelace desenvolveu o primeiro algoritmo, ou seja, uma combinação de números que torna textos em códigos. Era a origem do que seria a programação de informática.
E foi graças a outras seis mulheres, que nos anos 1940, o mundo conheceria o seu primeiro computador: o Eniac, uma máquina de quase 80 toneladas e mais de três mil botões.
Mas hoje, o protagonismo da mulher na tecnologia é um desafio.
Dados da edição 2021 do Relatório de Diferenças de Gênero, produzido pelo Fórum Econômico Mundial, mostram que as mulheres são apenas 14% da força de trabalho na Computação em Nuvem, além de 20% na área de Engenharia, e somente 32% no setor Dados e Inteligência Artificial.
Com esses números… já parou para pensar como a inteligência artificial pode ser influenciada?
Estas foram algumas das provocações feitas no Fórum Permanente “Mulheres Invisíveis na Inteligência Artificial”, promovido pela Unicamp no final de outubro.
Ao todo, nove mesas de conversa promoveram debates sobre os limites éticos da aplicação da inteligência artificial.
Toda as rodas contaram com a participação de pesquisadoras do BIOS, o Instituto Brasileiro de Ciência de Dados.
Elas discutiram os desafios e a possíveis soluções por mais igualdade entre os gêneros no ambiente da ciência de dados.
Uma das organizadoras do evento foi a Priscila Coltri, diretora do Cepagri da Unicamp, o centro de pesquisas em meteorologia e clima, referência nacional no setor.
Priscila ressalta que o enviesamento é um risco que pode gerar informações erradas na pesquisa científica.
Para o professor de Obstetrícia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Rodolfo Pacagnella, garantir mais representatividade de gênero na área da Saúde é muito importante, para que todo investimento atenda as necessidades da população.
Já Anna Christina Bentes, professora de Linguística e coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero PAGU, da Unicamp, destaca que o equilíbrio dos gêneros é necessário para que a ciência também seja capaz de traçar perspectivas e calibrar o próprio trabalho.
Os eventos dos Fóruns Permanentes da Unicamp acontecem o ano todo, e as palestras ficam armazenadas no canal do YouTube da organização, em arroba Fóruns Permanentes.
Fotografia: Laura Saroa
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