O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), assinou na última segunda-feira, 18, o projeto de lei complementar que será enviado à Câmara Municipal, para alterar as regras de zoneamento para o novo PIDS, o Polo de Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, em Barão Geraldo.
As alterações propõem a mudança das regras de construção de edifícios residenciais e comerciais, em uma área total de 17 milhões de metros quadrados.
Dentro dela estão o Polo de Tecnologia composto pelo CNPEM e pelo CPQD, além dos campi da Unicamp e da PUC-Campinas.
Grande parte do terreno é composta pela Fazenda Argentina, recém incorporada pela universidade estadual, e que tem promessa de ser transformado em um polo de desenvolvimento sustentável.
Por “sustentabilidade”, a Prefeitura apresentou um modelo urbanístico, que restringe os novos edifícios a, no máximo, sete andares, e otimiza a circulação de pedestres e motoristas.
O projeto também prevê a construção de um Parque Linear, o do “Ribeirão das Anhumas”, que deve ser o centro da manutenção dos mananciais da região.
A promessa é de que o novo modelo se alinhe com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, listados pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas.
O reitor da PUC-Campinas, o professor Germano Rigacci Júnior, destaca que os alunos de diferentes faculdades participaram da formatação do projeto urbanístico apresentado pela Prefeitura.
O reitor da Unicamp, o professor Antônio José de Almeida Meirelles, acredita que o projeto vai dar mais capilaridade ao que se faz na região.
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Marcelo Coluccini, diz que o novo modelo deve tornar o projeto economicamente mais viável.
Ao longo de 2023, o projeto foi apresentado e discutido com a população do distrito de Barão Geraldo em ao menos 12 oficinas e uma audiência pública.
Integrante do movimento que questiona o projeto, a advogada e militante urbano-ambiental Ernestina Gomes, demonstra preocupação com a modificação do cinturão verde de Campinas, e diz que a população ainda não se deu conta dos possíveis impactos.
Ernestina afirma que o movimento continua mobilizado, e vai questionar os vereadores durante as discussões do projeto na Câmara Municipal.
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, diz que o projeto é mais restritivo, do ponto de vista de adensamento urbano, do que as regras em vigor atualmente.
O presidente da Câmara Municipal, o vereador Luiz Carlos Rossini (PV), também esteve presente na cerimônia de apresentação do projeto de lei, e reforçou que a tramitação no Legislativo vai seguir os trâmites da lei orgânica da casa de leis.
Fotografia: Kevin Kamada
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