Um sonho discutido desde o ano 2000 em Campinas finalmente ganhou forma, croqui e um projeto executivo.
Em cerimônia realizada na PUC-Campinas na última segunda-feira, 24 de março, professores e estudantes da Escola de Arquitetura, Artes e Design formalizaram a entrega à Prefeitura de Campinas, do projeto de revitalização do Complexo Ferroviário de Campinas.
O projeto, batizado de “Hub de Inovação”, que prevê intervenções em uma área de 42 mil metros quadrados, abrange setores pouco ou nunca mexidos desde que o serviço de passageiros da Fepasa foi desativado, em março de 2001.
Segundo o projeto, liderado pelo professor de Arquitetura, Fábio Muzetti, as intervenções vão transformar os antigos galpões de manutenção de vagões, localizados próximos ao já revitalizado Prédio do Relógio, em grandes escritórios de alta tecnologia, para abrigar startups e empresas de inovação.
Outra parte dos espaços também deve ser transformada no que se chama de boulevard, um espaço amplo para receber eventos culturais e sociais, e que fará a integração entre prédios como o futuro terminal do Trem Intercidades e a Rodoviária de Campinas.
Muzetti relembra com saudosismo do ex-colega, o prefeito Antonio da Costa Santos, e o ideal de construir uma cidade que revitalizasse o patrimônio histórico, para superar a desigualdade social.
Extraoficialmente, as obras têm um valor estimado entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões.
Adriana Flosi, secretária de Desenvolvimento Econômico de Campinas, explica que a cidade deve negociar um pedido de cessão onerosa da área, que pertence à União; bem como buscar parcerias com o setor privado para viabilizar a revitalização.
O reitor da PUC-Campinas, Germano Rigacci Júnior, celebra a contribuição do projeto para superar a segregação social e econômica provocada pela ferrovia.
O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), demonstrou otimismo com o resultado do diálogo entre o município e a União. Dário afirma que a opção de Campinas por um projeto que representa cerca de ⅕ da área total do Pátio Ferroviário vai facilitar a captação de investidores para financiar a obra.
A próxima etapa do projeto é a obtenção das permissões de intervenção urbanística junto aos Conselhos do Patrimônio Histórico Estadual (Condephaat); e de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc).
Segundo o arquiteto Fábio Muzetti, a previsão é de que, a partir do início das obras, a conclusão do Hub de Inovação possa ser feita em até dois anos.
Fotografia: Kevin Kamada/Rádio Brasil Campinas
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