Os focos de fogo que consomem a Área de Preservação Ambiental “Serra dos Cocais”, em Valinhos, avançam pelo quinto dia.
A situação é potencializada pela baixa umidade do ar, que deve prevalecer pela região de Campinas, sem previsão de chuvas pelo menos até a segunda quinzena do mês.
Mas lideranças ligadas à preservação do meio ambiente sustentam que há fortes indícios de que o incêndio no local pode ter origens criminosas.
O jornalismo da Rádio Brasil conversou sobre o assunto com o geógrafo Gerson Oliveira, membro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e coordenador no Acampamento “Marielle Vive”, na região das Chácaras Alpinas.
Ele explica que as características do espalhamento do fogo reforçam a tese de que o caso tenha sido proposital.
Oliveira lamenta a perda inestimável para a biodiversidade da região e a destruição de áreas que já estavam regeneradas tanto pelo trabalho do Acampamento como pela recuperação natural da floresta.
O combate ao fogo na APA Serra dos Cocais é feito em um trabalho conjunto entre o Corpo de Bombeiros e as brigadas populares.
Uma delas é a Brigada “Cachorro do Mato”, chefiada pela bombeira civil Dulcinéia Lopes da Silva. Acionada pela Defesa Civil de Valinhos, ela colaborou com o combate ao fogo na região do Morro do Urubu.
Ela destaca o papel imprescindível do bombeiro popular para acessar áreas onde a viatura do Corpo de Bombeiros não consegue avançar.
Dulcinéia faz um apelo para que a população se conscientize sobre o risco que pequenos focos de fogo podem causar neste período de estiagem.
Ainda segundo a coordenação do Acampamento “Marielle Vive”, do MST, o suporte jurídico entrou com pedidos de inquérito sobre o incêndio na APA “Serra dos Cocais” junto à Polícia Militar Ambiental e na Ouvidoria Nacional do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Fotografia: Kevin Kamada
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