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26 de março de 2024

Mães denunciam troca abrupta de serviço de atendimento a autistas em Campinas

Especialistas apontam risco de retrocesso para crianças; operadora afirma que substituição teria sido avisada com antecedência

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Um grupo de mães com filhos diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), em Campinas, acompanha com apreensão a mudança compulsória das clínicas em que as crianças eram atendidas.

Nós conversamos com ao menos três delas, que se disseram bastante temerosas desde que os contratos com os locais antigos, conveniados à Unimed Campinas, foram transferidos para um serviço centralizado, da própria cooperativa.

É o que nos conta a Andréia Barbosa dos Santos, mãe do Rafael, de 10 anos.

Desde que o caso veio à tona, Andréia e Rafael contam com o suporte jurídico, prestado pela advogada especialista em Direito Civil, Lilian Aquino, e pelo advogado especialista em Direito Médico, Rafael Gervazoni.

Pais de uma criança autista, Lilian e Rafael apontam preocupação com a situação.

A troca repentina de local de atendimento também é vista com preocupação pelos especialistas.

A médica-psiquiatra da Infância e da Adolescência, Juliana Dantas, denuncia que a substituição brusca de serviços pode ter consequências na evolução dos pacientes autistas.

A substituição de clínicas como nesse caso, sem consentimento prévio, é assunto cada vez mais levado para a esfera judicial.

A advogada especialista em Inclusão e Direitos da Pessoa com Deficiência, Cristina Rocha, explica que em casos como o que abordamos nesta situação, os planos devem seguir uma série de ritos administrativos, que devem, sobretudo, avaliar a condição de cada paciente.

Nós procuramos a Unimed Campinas para cobrar uma resposta sobre o caso. 

A operadora ressalta que o Serviço Amplia, atendimento centralizado a pacientes com Transtorno do Espectro Autista, foi implementado em abril de 2019.

Segundo a Unimed, o chamado “Núcleo Especializado de Reabilitação” se propôs a oferecer um modelo multidisciplinar, para customizar a necessidade do cliente em local próprio com a integração e os profissionais.

A médica-pediatra Dulce Zanardi, que é gerente do Amplia, afirma que as famílias foram comunicadas com antecedência sobre a necessidade de transferência.

Dulce Zanardi afirma que as duas unidades do Serviço Amplia e a rede de 15 clínicas conveniadas à nova estrutura de apoio aos pacientes com TEA, têm estrutura técnica plena para acolhimento aos pacientes, com foco no atendimento individualizado.

Todas as mães consultadas pela nossa reportagem afirmam que vão lutar judicialmente para tentar que a transferência de clínica seja revertida.

O espaço de manifestação para ambas as partes segue aberto na Rádio Brasil.

 

Fotografia: Arquivo Pessoal / Andréia Barbosa dos Santos


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Kevin Kamada

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Jornalista

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